sábado, 18 de agosto de 2012

Na moita, Gurgel tenta se livrar da sua armadilha


Em memorial secreto enviado aos ministros do STF, ele tenta provar que sua prova testemunhal contra José Dirceu foi confirmada nos autos; o problema é que, na sustentação oral do advogado Luiz Francisco Barbosa, a testemunha Roberto Jefferson mudou o depoimento e passou a culpar o ex-presidente Lula; Gurgel ficou num beco sem saída

Roberto Jefferson deu mesmo um nó na cabeça da procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Alvo de críticas na Polícia Federal, no Ministério Público e mesmo no Supremo Tribunal Federal por ter apresentado uma denúncia fraca, ancorada apenas em provas testemunhais na acusação contra o “chefe da quadrilha” José Dirceu, Roberto Gurgel tentou sair da defensiva. Segundo noticia o portal Uol (leia mais aqui), ele enviou ontem aos 11 ministros do STF um novo memorial afirmando que há documentos que comprovam a participação de Dirceu no mensalão.

Ora, se há documentos, eles deveriam ter sido apresentados na denúncia original. E foi o próprio Gurgel quem, na sustentação oral de sua denúncia, no dia 3 de agosto, afirmou que, em crimes de quadrilha, a prova testemunha vale tanto quanto a documental. O problema é que sua prova testemunhal mudou o testemunho. Roberto Jefferson, que antes acusava José Dirceu de ser o “chefe da quadrilha”, passou a dizer que esse papel era exercido pelo ex-presidente Lula, quando seu advogado, Luiz Francisco Barbosa, teve a oportunidade de falar diante dos ministros do STF. Ou seja: se a palavra da testemunha tem valor, a obrigação de Gurgel é investigar Lula. Se não tem, o procurador-geral deveria rever sua posição em relação aos outros réus.

Pelo andar da carruagem, ele fará de tudo para condenar Dirceu, sem provas materiais nem testemunhais (uma vez que a testemunha mudou sua versão), apenas porque não tem coragem de enfrentar o ex-presidente Lula.

Gurgel está num beco sem saída.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...